segunda-feira, 28 de junho de 2010

Nefrite por Lúpus

O lúpus é uma doença autoimune. O sistema imunológico do indivíduo ataca seu próprio organismo provocando atividade inflamatória e, no longo prazo, fibrose e falência orgânica. Sua causa é desconhecida.
É mais frequente em mulheres e pode acometer vários órgãos (o rim inclusive). Um mesmo indivíduo pode ser afetado de formas diversas durante a sua vida (articulações, pele, rins, pulmão, cérebro, etc.) e as manifestações variam bastante entre as pessoas, desde quadros brandos até cenários gravíssimos e potencialmente fatais. Não é uma doença contagiosa, mas é uma doença crônica que afeta o indivíduo em intensidade variável durante a vida. Não há cura, porém há controle.
Aproximadamente metade dos portadores de lúpus desenvolvem nefrite (manifestação renal) e estes devem ser rigorosamente acompanhados já que a evolução final dessa manifestação é a insuficiência renal. O acometimento do rim é principalmente glomerular e a biópsia renal esclarece em detalhe (microscópico) o que está ocorrendo. A necessidade de biópsia renal deve ser avaliada por um nefrologista. Dependendo do tipo de acometimento, o portador pode desenvolver perda intensa de proteínas pela urina, hematúria (hemáceas em excesso na urina), hipertensão arterial ou perda progressiva da função renal. A coleta de urina e a dosagem de creatinina, dentre outros, é extremamente importante, pois, baseado nas informações obtidas o médico decide se existe a necessidade de tratamento específico e qual é o mais apropriado. São 6 as classes (ISN) da nefrite lúpica e cada uma tem uma abordagem mais acertada.
O tratamento da nefrite lúpica envolve diversas drogas em esquemas os mais variados. Atualmente se tem usado com frequência corticóides (prednisona, metilprednisolona), ciclofosfamida e micofenolato mofetil na prática clínica. Outras drogas mais novas estão em estudo com resultados equivalentes. Cada remédio tem suas vantagens e desvantagens, por isso os esquemas de tratamento devem ser discutidos em detalhe com o nefrologista. Além disso, é muito importante o controle rigoroso da pressão arterial.
Nos casos em que a nefrite se agrava e provoca insuficiência renal a despeito da terapia, a diálise ou o transplante renal são ótimas alternativas de tratamento.

2 comentários:

  1. Eu tenho lúpus e também tive nefrite, já tomei corticóide e ciclofosfamida e agora estou bem menos inchada. Tomo dose baixa dos remédios e a ciclofosfamida é só a cada 3 meses. Minha creatinina foi a 2 e voltou pra menos de 1. Agradeço ao meu nefrologista.

    ResponderExcluir
  2. Escreva mais! Tem pouca informação que descreva os tipos de nefrite lupica na internet. Obrigada

    ResponderExcluir