segunda-feira, 14 de junho de 2010

Glomerulopatia Membranosa / Nefrite Membranosa / Glomerulonefrite Membranosa

Muitas pessoas têm me perguntado sobre a glomerulopatia membranosa nos últimos dias. Isso somado com a pobreza de material sobre a doença dirigido ao leigo me levou a escrever este post.
Importante lembrar que a glomerulopatia membranosa até há bem pouco tempo era reconhecida como a causa mais comum de Síndrome Nefrótica no adulto. Hoje em dia, divide com a GESF (glomeruloesclerose segmentar e focal) esse título em muitos países, inclusive no Brasil.
Ela pode ser uma doença primária (sem causa definida) ou secundária (30%) a outras causas, principalmente neoplasias (pulmão, intestino, próstata, mama) e infecções (hepatite B, sífilis). Costuma aparecer mais em homens (2:1) e na quarta e quinta décadas de vida. Quando aparece mais tarde a associação com neoplasia torna-se mais comum.
Essa é uma glomerulopatia (nefrite) por essência e o que acontece é uma deterioração na estrutura do glomérulo devido a agressão imune a seus componentes. Com isso há uma grande passagem de proteínas do sangue para a urina indevidamente.
A manifestação da doença gera perda excessiva de proteínas na urina e, no longo prazo, pode acarretar grave perda de função renal levando à insuficiência renal em boa parte dos portadores. Também ocorre um aumento importante no colesterol e triglicerídeos. Há uma taxa relativamente grande de desaparecimento espontâneo da doença, sem tratamento específico algum. Porém, há critérios como perda muito intensa de proteína na urina, fibrose no tecido renal e aumento da creatinina que fazem o médico acreditar que a evolução não será favorável. Há muitos critérios a serem observados para que o nefrologista decida se irá iniciar um tratamento mais agressivo logo de início ou irá observar a evolução da doença durante alguns meses à espera de uma melhora espontânea.
O diagnóstico só pode ser feito com a biópsia renal e o acompanhamento é realizado com a dosagem de creatinina no sangue e a quantificação da proteína perdida na urina.
Os medicamentos mais usados no tratamento são os corticóides associados a imunossupressores de várias classes em esquemas variáveis de tempo e composição. O importante durante esse tratamento é seguí-lo a risca como prescrito pelo médico e sempre relatar sintomas novos que possam estar relacionados com o tratamento ou com a própria doença.
Sintam-se à vontade para perguntar ou relatar casos que vocês conheçam.

6 comentários:

  1. Ola Dr. Eduardo,
    Chamo-me Fabiula moro em Porto-Velho RO
    Gostaria muito que o senhor me ajudasse a entender um pouco mais sobre GLOMERULONEFRITE MEMBRANOSA TIPO I, pois meu namorado tem este problema, queria entender mais sobre o assunto para poder ajudá-lo no tratamento...Tenho algumas perguntas que se possível poderia me responder?
    Meu namorado incha muito as pernas e tem febres diariamente e não sente dor alguma é só febre.
    O porquê dessas febres e inchaços nas pernas? Como evitar?
    O que causa a GLOM. MEMB?
    Quais cuidados o paciente tem que ter para que a GLOM, não avance?
    Que alimentos e proibido nesses casos? Quais Ajudam?
    Deve-se evitar ter relação sexual sem camisinha? Por quê?
    Desde já agradeço muito se minhas dúvidas forem sanadas.
    Grata
    Fabiula Moura e-mail: fabiula.martins@yahoo.com.br

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  2. Fabiula,
    As suas perguntas possuem respostas muito extensas que devem ser respondidas de preferência por um nefrologista numa consulta médica de verdade.
    Se há febre realmente ela deve ser investigada pois não faz parte do quadro clínico da glomerulopatia membranosa por si só. As pernas incham devido a perda de proteína exagerada pela urina e sua diminuição no sangue. Os cuidados dependem da causa da doença, que podem ser várias, mas diminuir o consumo de sal e seguir as orientações do nefrologista são um bom começo. Não tem nenhum alimento que ajude em particular. Contato sexual seguro deve se ter sempre e nada muda na glomerulopatia membranosa. Tipo 1 talvez se refira a fase 1 que é um estágio precoce da doença verificado na biópsia renal. Procurem um nefrologista se ele ainda não tem.

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  3. Obrigada Dr Pelos esclarecimentos...

    Procuraremos um nefrologista urgente, pois o caso dele está avançando, ele fez uma ultrasonografia e os rins dele está com um volume de 495,32 cm RD - e 513,12 CM RE.

    Grata.

    Fabiula Martins

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  4. Bom dia Dr. Eduardo desde Abril/2013 estou apresentando síndrome nefrótica devida a proteínura (2.300mg/24h), anti-HBs 13,9(sendo que não tive hepatite b e fui vacinada), lúpus foi descartado,tenho hipotirioedismo (100mg de levotiroxina), meu rosto, mãos, pernas e pés incham,minha pressão arterial aumentou (comecei a tomar 40mg de enalapril e agora 20mg), meu colesterol LDL 287, agora reduziu para 98 (40 mg de sinvastitina),ultrassom ok sem nenhuma alteração e biópsia renal glomerulopatia membranosa fase2, esclerose glomerular global 3/33, atrofia tubular focal com fibrose intersticial e hiperplasia fibrosa discreta da intima arterial. Meu nefro disse que vai só fazer o controle, sem medicação só as para pressão e colesterol. Disse que medicar os rins só qdo e se meu quadro se agravar. Gostaria de uma segunda opinião.Desde já agradeço.

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  5. Bom Tarde Dr. Não sei se ainda administra esse site, mas vale a tentativa. A minha sogra fez recentemente uma biópsia renal, e o diagnóstico do mesmo foi: Glomérulo dentro dos limites da normalidade ( ESCLEROSE GLOMERULAR GLOBAL); Alterações degenerativas epiteliais tubulares e com focos de atrofia e fibrose intersticial moderada; nefrite túbulo-intersticial multifocal; hiperplasia fibrosa discreta da íntima arterial.

    De acordo com os achados acima, é possível de se saber qual a doença renal? Desde já obrigada

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