tag:blogger.com,1999:blog-21855347447376672812024-03-13T21:40:34.850-07:00Nefrologia CuiabáInformações sobre nefrologia para leigos. Dirigido aos pacientes e familiares dos portadores de doenças renais ou para os simplesmente curiosos.Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.comBlogger46125tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-75311040142514695972013-01-12T16:59:00.000-08:002013-01-12T16:59:10.665-08:00Hipertensão de difícil controle (resistente)Um hipertenso, quando precisa começar um remédio, após análise do caso por um médico, pode precisar de uma ou mais medicações, dependendo de seu nível de pressão arterial. É bastante comum alguém começar com um medicamento, ter uma boa resposta, e um tempo depois precisar adicionar outra droga ao tratamento.<br />
Um pouco menos comum, mas até certo ponto corriqueiro, é a necessidade de numerosos remédios em associação. Isso pode ocorrer pela falta de manejo adequado de obesidade, tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, alto consumo de sal, algum grau de retenção de líquido, por característica individual, ou até mesmo por uma doença que pode estar por trás do quadro todo. Essas pessoas podem precisar de quatro ou mais remédios de pressão.<br />
É interessante, sempre após avaliação médica, que se use medicações de tomada única diária a fim de uma melhor aderência ao tratamento, que se use combinações fixas (duas ou três drogas numa mesma cápsula) disponíveis comercialmente pelo mesmo motivo, evitando os manipulados, e que se possível, uma droga seja tomada à noite, para uma melhor cobertura desse período. Nos postos de saúde as combinações fixas não estão disponíveis, mas o custo não é tão alto, visto o benefício de evitar a polifarmácia em casa.<br />
Para um bom acompanhamento, o MAPA (monitorização ambulatorial de pressão arterial) é indispensável.Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-56995295509946742622012-05-31T06:00:00.002-07:002012-06-07T05:41:28.319-07:00Cirurgia de Retirada da Paratireóide (Paratireoidectomia)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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Boa parte dos portadores de insuficiência renal crônica em diálise sofre do hiperparatireoidismo secundário, que é o descontrole na produção do paratormônio (PTH) pela glândula paratireóide, que fica no pescoço, próxima da tireóide. Esse problema se deve primariamente à baixa da vitamina D e do cálcio e ao aumento do fósforo que ocorrem na vigência de insuficiência renal, mesmo naqueles em diálise. O tratamento inicial consiste na administração de altas doses de vitamina D e no controle do cálcio e fósforo. Porém em alguns muitos casos em que o objetivo em controlar o PTH não é alcançado clinicamente está indicada a paratireoidectomia, com o fim principal de proteger os ossos e evitar doenças cardiovasculares.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieGuf6Qz5NeS1T__eGLkiozzUJDhz8prmLs9H7T_yNi1kcNexzVMLdSoMtfKbueBlxLUqBIXxoPshpCK93-AzLxqZgtbYlWEPirUiE5TNl-8S710AxjNTq5xekXnUrSG4lHrCVLlll4MxW/s1600/adm_parathyroid_glands.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieGuf6Qz5NeS1T__eGLkiozzUJDhz8prmLs9H7T_yNi1kcNexzVMLdSoMtfKbueBlxLUqBIXxoPshpCK93-AzLxqZgtbYlWEPirUiE5TNl-8S710AxjNTq5xekXnUrSG4lHrCVLlll4MxW/s320/adm_parathyroid_glands.jpg" width="320" /></a></div>
Até aí tudo simples, não é mesmo? Entretanto, a paratireoidectomia não é uma cirurgia simples de se fazer. Embora seja uma glândula superficial, ela é muito pequena, dividida geralmente em quatro diminutos pedaços e rodeada de vasos sanguíneos e nervos importantes, o que torna sua retirada cirúrgica complexa, além do que, conta com um pós-operatório bastante complicado. E para dificultar tudo, o SUS paga muito pouco por esse procedimento cirúrgico (algo em torno de 200 reais para o cirurgião de cabeça e pescoço), o que torna a tarefa de encontrar um profissional interessado em fazê-lo extremamente complicada.<br />
Está aí uma boa briga para as associações de renais crônicos dos estados.Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-88752546499213115572012-03-16T07:59:00.003-07:002012-03-16T08:20:24.016-07:00É possível sair da diálise?Pergunta desse tipo eu ouço quase todos os dias. A resposta é complicada, mas geralmente é não!<div>Para sair da diálise há 3 meios, que são, do pior para o melhor: morrendo, fazendo um transplante ou recuperando a função do rins.</div><div>Quanto ao primeiro, morrer, é melhor nem comentar, pois não suscita dúvidas.</div><div>Fazer um transplante renal hoje em dia ainda está bastante difícil, pois só a minoria dos estados tem um serviço ativo, além de não ser fácil encontrar um doador vivo, e no caso do doador falecido, termos dificuldade em captar órgãos de possíveis doadores. Ainda é preciso lembrar que o transplante não é cura, é apenas troca de uma modalidade de substituição da função renal perdida por outra. Não dá pra esquecer que o uso dos imunossupressores que evitam a rejeição do rim transplantado possui os seus riscos e dificuldades.</div><div>As grandes dúvidas se dão nas chances de recuperação da função renal. Geralmente um diabético ou hipertenso que entra em diálise por esses motivos não recupera a função dos rins, pois eles se deterioraram de forma irreversível ao longo de anos. Portanto, a chance é mínima. Quem costuma poder recuperar a função dos rins são os portadores de insuficiência renal aguda. Fazem parte desse grupo os sobreviventes/doentes por nefrites (lúpus, IgA, entre outras), os expostos a substâncias tóxicas aos rins (alguns antibióticos, contraste venoso), os grandes acidentados, os que desenvolvem infecções graves (sepse) que se resolvem e os que têm alguma obstrução à saída da urina (prostáticos, tumores, pedras). Esses geralmente não tinham qualquer problema renal e podem recuperar a função dos rins e sair da diálise se a condição causadora for sanada.</div>Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-88375313845286109592011-11-21T16:54:00.000-08:002011-11-21T17:20:12.184-08:00Beber água é bom para os rins (2)?Há um tempo publiquei um <a href="http://nefrocba.blogspot.com/2010/07/beber-agua-e-bom-para-os-rins.html">post</a> que em resumo dizia que o consumo de água além do suficiente para saciar a sede não determinava benefício algum para a função dos rins. Continuo com essa opinião por não haver explicação técnica que me faça pensar o contrário, exceto nos casos de cálculos renais, certamente, e na doença renal policística, em que talvez o consumo de água além do estritamente necessário seja benéfico.<div>Porém, neste ano, <a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22034508">dois</a> <a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21750074">trabalhos</a> de desenho que lhes conferem pouca força conclusiva, mostraram que o consumo de água medido pelo volume urinário em um, e por inquérito subjetivo direto em outro era diretamente relacionado a uma maior preservação da função dos rins ao longo do tempo.</div><div>A orientação para um consumo de água maior vem principalmente de 1945 através do <i>Food and nutrition board </i> que orientava o consumo de 2,5 l de água, incluída a dos alimentos e das bebidas não alcoólicas. Com o tempo, contudo, a orientação foi sendo esquecida por falta de embasamento fisiológico.</div><div>Parece que o meio científico sério vem se preocupando novamente com o assunto e considerando que a ingestão de água para a prevenção das doenças renais não é só uma "lenda urbana". Entretanto, por ora, as formas de se evitar as doenças renais reconhecidas são em resumo a detecção precoce do diabetes e hipertensão, a prevenção do uso de substâncias nefrotóxicas e, provavelmente, a manutenção de um peso saudável através da dieta e atividade física.</div>Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-63431924731406490342011-09-29T08:55:00.000-07:002011-09-30T11:51:13.406-07:00Novos medicamentos disponíveisEsse é um tema chato de se tratar, mas é pro benefício de todos que o trago. A maior parte dos pacientes que entra em diálise tem como causa de morte um evento cardiovascular, tal como um infarto. E de alguns anos para cá, temos cada vez mais certeza que além dos fatores de risco tradicionais para infartos e derrames (tabagismo, colesterol alto, pressão alta, obesidade), o distúrbio mineral-ósseo do renal crônico parece estar envolvido com esses acontecimentos como fator causal independente dos outros já conhecidos.<div>Esse distúrbio compreende as alterações metabólicas em que estão envolvidas a vitamina D, cálcio, fósforo, PTH (paratormônio), calcificação dos vasos sanguíneos, dentre outros. Atualmente, no Brasil, temos lidado com esse problema com os quelantes à base de cálcio, o sevelamer, calcitriol oral e injetável. Neste ano foram aprovados pela Anvisa para uso aqui no país o <b>cinacalcete e o paricalcitol</b>, drogas mais avançadas e que podem possivelmente trazer mais benefícios para os renais crônicos.</div><div>Como a Constituição assegura saúde universal e integral aos cidadãos, é direito reivindicar o que há de melhor disponível para o seu tratamento de saúde quando houver necessidade. Os planos de saúde também logo serão alvo de questionamento quanto ao fornecimento desses medicamentos. </div><div>Portanto, informe-se na sua clínica com seu nefrologista a respeito dessas drogas novas. Possivelmente no começo elas serão negadas pelas secretarias de saúde, mas com o tempo e argumentação correta elas passarão a ser prescritas e fornecidas e talvez isso seja benéfico para todos envolvidos: poder público, sociedade em geral, equipes de saúde e pacientes.</div>Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-44060957011882234092011-08-12T07:28:00.000-07:002011-08-12T07:57:46.542-07:00Diabetes e o rim - Nefropatia diabéticaA nefropatia diabética é uma das principais causas de insuficiência renal nos seres humanos. Acontece naqueles indivíduos cuja duração do diabetes é longa o suficiente e o nível da glicemia é também alto o bastante para resultar em complicações. Atinge tanto os portadores do diabetes tipo 1 como os do tipo 2. Em torno de 20 a 50% dos diabéticos desenvolvem o problema, que aparece geralmente após 15 a 20 anos de doença. Não esquecer que muitas vezes o diagnóstico do diabetes é tardio e seus efeitos nocivos já ocorriam muito tempo antes do diagnóstico. Menos de 10% dos diabéticos desenvolverão insuficiência renal avançada a ponto de precisar de diálise. Porém, esse número de pessoas é enorme, visto que a prevalência de diabetes na população geral beira os 10%.<div>O que acontece no começo é que o indivíduo tem perda de proteínas indevida pela urina, inicialmente em pequena quantidade, mas que passa a aumentar com o tempo, culminando em deterioração importante da estrutura e do funcionamento renal.</div><div>Parece haver uma susceptibilidade genética para a ocorrência do problema, já que parentes diabéticos de portadores de nefropatia diabética tem chance maior de tê-la e muitos indivíduos não desenvolvem a doença mesmo com um controle ruim da glicose sanguínea. Os negros e hispânicos tem maior risco de desenvolver o problema que caucasianos. Obesos e fumantes também estão expostos a maior risco.</div><div><div>A grande maioria dos diabéticos tipo 1 com nefropatia tem também lesões diabéticas na retina. O inverso não ocorre, pois só uma minoria dos portadores de retinopatia tem doença renal. No diabetes tipo 2 essa relação não é tão forte: apenas cerca da metade dos portadores de nefropatia tem doença retiniana também.</div></div><div>O tratamento envolve o controle do diabetes, da hipertensão arterial, da obesidade, cessação do fumo e uso de medicações específicas. Maiores dúvidas podem ser tiradas com o seu médico. Há preferência para que indivíduos com essas doenças tenham acompanhamento com endocrinologista e nefrologista conjuntamente.</div>Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-13537842771812591342011-07-13T13:25:00.000-07:002011-07-15T15:37:39.427-07:00Alimentos ricos em fósforo<div style="text-align: left;">O portador de insuficiência renal, principalmente o que já está em diálise, tem dificuldade de eliminar o fósforo (P) do organismo, que se acumula e passa a gerar problemas, como a piora do hiperparatireoidismo (aumento do PTH) e a hipocalcemia (redução do cálcio). Indiretamente, a hiperfosfatemia (P alto) gera calcificação vascular e de outros tecidos, aumentando a mortalidade desse indivíduo.</div><div>Para um melhor controle do nível de P no organismo deve-se seguir algumas orientações do nefrologista responsável, que invariavelmente são boas doses de diálise, uso de quelante de fósforo (carbonato ou acetato de cálcio, sevelamer) quando necessário e, principalmente, dieta pobre em fósforo.</div><div>Esse último item é difícil de se executar porque os alimentos ricos em proteínas geralmente são os ricos em fósforo, e devido à diálise fazer com que se perca muita proteína, é necessário que alimentos ricos em proteínas sejam consumidos. Portanto, restringindo o fósforo da dieta, estaremos ao mesmo tempo, restringindo as proteínas, o que é indesejável.</div><div>O que se deve fazer nessa situação é preferir aqueles alimentos com o máximo de proteína e o mínimo de fósforo, deixando de lado aqueles pobres em proteínas e ricos em fósforo.</div><div>Abaixo, colo uma lista da última publicação científica brasileira sobre o tema, o Jornal Brasileiro de Nefrologia, abr,2011:</div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 238); -webkit-text-decorations-in-effect: underline; "><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZ32q5EfoBttRiyDsBO-qjQcg0OpZvcPtmPQg9uH5B8f9r8lWly2_AN3oEDMAtjY1omz_WK3RNTsKnbQa-Dttt0vmu7p6ytNV4SK-wAhC0XtzHH_9Sxp1PLienPM6Bk2TzarIsQ4_3GiWS/s400/Pdieta.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5628936217055468466" style="display: block; margin-top: 0px; margin-right: auto; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 231px; " /></span><div><div style="text-align: left;">Note que se deve preferir a carne de porco ou frango ao <i>peixe e ao fígado</i>. Que se deve evitar o <i>leite e seus derivados</i>. Que o <i>feijão e a soja</i> têm muito fósforo pra muito pouca proteína e que a exemplo das <i>castanhas como o amendoim</i> são indesejáveis. Também o <i>chocolate e o presunto</i> devem ser algo raro no cardápio.</div><div style="text-align: left;">Aproveite as dicas, diminua o seu fósforo e viva melhor.</div><div><br /></div></div>Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-41182364818953480352011-06-22T13:01:00.000-07:002011-06-22T13:17:33.380-07:00A diálise e as vitaminasO uso de suplemento de vitaminas é muito comum na diálise apesar de pouco entendido. Suscita dúvida nos pacientes e até mesmo nos médicos. Falaremos sobre o uso das principais vitaminas nos pacientes em diálise.<br />As vitaminas do complexo B, a B12 e B6 principalmente, são usadas como tentativa de um melhor controle da anemia. O ácido fólico, outra vitamina, também tem papel nesse sentido.<br />A vitamina C, que está presente em boa quantidade em alimentos com alto teor de potássio e que acabam sendo evitados, é usada numa tentativa de melhor absorção e aproveitamento do ferro ingerido e principalmente pelas suas propriedades anti-oxidantes, no propósito de controlar a inflamação presente no organismo de renais crônicos.<br />A vitamina D, que deixou de ser corretamente ativada pelos rins doentes, passa a ser administrada para diminuir os efeitos do <a href="http://nefrocba.blogspot.com/2010/09/doenca-ossea-na-insuficiencia-renal.html">hiperparatireoidismo e a doença óssea</a> secundária à insuficiência renal.<br />A vitamina E tem papel no controle de cãibras persistentes em pacientes em hemodiálise.<br />As doses corretas das prescrições dessas vitaminas variam muito de paciente para paciente e entre os médicos. Isso ocorre porque o conhecimento atual ainda não explica o papel exato e todas as vantagens e desvantagens do seu uso.Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-22062644998428054522011-05-13T09:35:00.000-07:002011-05-18T19:37:12.117-07:00Doença por Lesão MínimaA doença por lesão mínima (DLM) é uma das principais causas de <a href="http://nefrocba.blogspot.com/2010/07/sindrome-nefrotica.html">síndrome nefrótica</a> em crianças e adultos. Nas crianças é responsável por perto de 90% das síndromes nefróticas, enquanto que nos adultos responde por 10 a 15% das <a href="http://nefrocba.blogspot.com/2010/06/glomerulopatias.html">glomerulopatias</a> que causam proteinúria intensa.<br />Assim como a <a href="http://nefrocba.blogspot.com/2010/06/glomerulopatia-membranosa-nefrite.html">membranosa</a> e outras, essa glomerulopatia tem uma deterioração da barreira de filtração do glomérulo como sua causa, provocando grande perda de proteínas na urina. De forma diferente de outras glomerulopatias, não há depósito imune na membrana basal glomerular.<br />Geralmente não há causa precipitante, mas pode em poucos casos estar associada ao uso de anti-inflamatórios, alguns antibióticos, linfomas e leucemias, alergias e outras doenças.<br />A pessoa se apresenta com inchaço importante principalmente nas pernas e no rosto, além de haver perda intensa de proteína pela urina, o que pode fazer com que a urina fique espumosa.<br />Na criança o diagnóstico dispensa a <a href="http://nefrocba.blogspot.com/2010/07/biopsia-renal.html">biópsia renal</a>, já que a DLM é responsável por quase todos os casos de síndrome nefrótica nessa faixa etária. Somente se faz a biópsia caso não haja sucesso no tratamento. No adulto sempre se deve fazer a biópsia após consulta com o nefrologista.<br />Curiosamente o resultado do histopatológico é normal, por isso o nome de lesão mínima. Apenas a microscopia eletrônica, que nem sempre é feita, pode identificar alterações.<br />O tratamento da DLM geralmente é feito com corticóide e a resposta costuma ser boa. Quando isso não ocorre, o diagnóstico deve ser revisto e outra alternativa deve ser considerada.Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-49112039254479921502011-05-05T18:35:00.001-07:002011-05-05T18:35:59.429-07:00Só pra constar: 10.000 visitas.Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-75100407611606271922011-04-25T19:02:00.000-07:002011-04-25T19:29:42.985-07:00Carambola na insuficiência renal<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEBcUdW7_98QOydeiysSKrgOX2K2tr7Vgai4biw9dFtnmxqM9GRqzyJ4SAFNsNXKkWSBGEPjXvg_24h1pQcnHNnkCPejgcDiak-P-8A-0sBU8yahcwtzqV6MeEFIdIJb9p34po_6E6MNUD/s1600/caRambola.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 280px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEBcUdW7_98QOydeiysSKrgOX2K2tr7Vgai4biw9dFtnmxqM9GRqzyJ4SAFNsNXKkWSBGEPjXvg_24h1pQcnHNnkCPejgcDiak-P-8A-0sBU8yahcwtzqV6MeEFIdIJb9p34po_6E6MNUD/s320/caRambola.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5599711842934661394" border="0" /></a><br />Nunca é demais lembrar que para os portadores de insuficiência renal a ingestão de carambola é muito perigosa. É uma fruta deliciosa originária da Ásia e presente no Brasil há muito tempo.<br />Ela contém toxinas que não são eliminadas em pessoas com insuficiência renal e passam do sangue para o sistema nervoso causando vários sintomas e, às vezes, lesões neurológicas irreparáveis.<br />Os sintomas vão desde sonolência, soluços intermináveis, insônia, agitação, até convulsões, coma e parada respiratória, na dependência da quantidade de fruta ingerida e do grau de insuficiência renal. Em pessoas saudáveis nada acontece pois os rins eliminam facilmente as tais toxinas.<br />Infelizmente não há um tratamento eficaz para essa intoxicação. Alguns pacientes obtêm alguma melhora após hemodiálise, mas essa não é a regra, fazendo com que a situação possa ganhar contornos muito críticos em alguns casos.<br />Como há diversos relatos de morte pela ingestão da carambola em renais crônicos, cuidado! Se você é paciente renal em diálise, nem passe perto da fruta e alerte toda sua família para não lhe prepararem uma salada de frutas venenosa.Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-58045221375111636312011-03-26T13:22:00.000-07:002011-09-30T11:57:25.443-07:00Cranberry na Infecção UrináriaUm remédio caseiro pode ajudar a prevenir a infecção urinária. O cranberry, uma fruta nativa da América do Norte, conhecida como mirtilo-vermelho e oxicoco por estas bandas, desde há vários séculos é usada nos EUA como <span style="font-style: italic;">home remedy</span>. As mulheres índias nativas americanas bebiam regularmente o suco de cranberry por alguma razão de saúde que era pouco clara para os colonizadores. Eles logo adotaram o hábito e observaram que o consumo rotineiro desse suco curava as infecções urinárias. Mas foi mais recentemente que as atenções se voltaram para essa frutinha, já que ela vinha sendo usada para prevenir infecções urinárias largamente pela população daquele país. Alguns estudos da década de 80 já tinham demonstrado que o suco de cranberry diminuia a capacidade das bactérias se aderirem às paredes do trato urinário. De 1994 a 2004 pelo menos 5 estudos demonstraram que o uso regular do cranberry diminuía a incidência de infecções urinárias em mulheres.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD7gb2XM2rH6YgmbwzF3UCXSvPBgFWecf-HFg7wgQ7P0JDefJPcBDZkMjAZRsR5QOZ-FyPtYz4ggj2XBZO8qvjCW3V2jF0UpPLE_gRVohJ3_dZW8lYObws96P1wdcQUZqRQ4EZllru9JS0/s1600/cranberry.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 340px; height: 302px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD7gb2XM2rH6YgmbwzF3UCXSvPBgFWecf-HFg7wgQ7P0JDefJPcBDZkMjAZRsR5QOZ-FyPtYz4ggj2XBZO8qvjCW3V2jF0UpPLE_gRVohJ3_dZW8lYObws96P1wdcQUZqRQ4EZllru9JS0/s400/cranberry.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5588496054895204322" border="0" /></a>A partir daí os médicos tem orientado pacientes mulheres com cistite de repetição a usar o cranberry como prevenção encontrando bons resultados. A dose indicada não é conhecida pois os estudos feitos usaram quantidades diárias diferentes do suco e doses variadas das cápsulas de extrato. Parece, porém, que o uso das cápsulas pode ser mais custo-efetivo, considerando o sabor do suco que não é muito bom e o preço do mesmo, que não fica barato aqui no Brasil.<br />Há várias estratégias para a profilaxia da infecção urinária e essa parece ser mais uma. Se você é mulher e tem cistites frequentemente, pergunte para o seu médico se não é o caso de se tentar o cranberry. É improvável que o seu uso possa trazer más consequências.Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-87431086143292818122011-02-25T05:57:00.000-08:002011-02-25T06:05:36.088-08:00Lei dos Transplantes<strong>Aqui vai o <a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9434.htm">link</a> para a lei que dispõe sobre os transplantes de órgãos e tecidos no Brasil.<br />E <a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1997/D2268.htm">aqui</a> o decreto que a regulamenta.<br /></strong>Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-46389785329141345452011-02-25T05:07:00.000-08:002011-02-26T07:16:45.524-08:00Cross-Match ou Prova Cruzada no Transplante RenalO candidato a transplante renal, além da <a href="http://nefrocba.blogspot.com/2010/09/tipagem-hla.html">tipagem HLA</a>, também faz a prova cruzada. É o exame que põe em contato o soro (parte do sangue sem as células) do receptor com células do doador e analisa o resultado. É uma prévia do que acontecerá após o transplante: células do doador (o rim enxertado) em contato com os anticorpos pré-formados do receptor. Caso haja morte de células do doador provocada por ação de anticorpos do receptor, a prova cruzada é positiva, e isso é péssimo porque praticamente inviabiliza o transplante entre essa dupla.<br />No caso de uma dupla com doador vivo alguns centros tentam reverter esse problema usando imunossupressores com bons resultados.<br />O receptor desenvolve anticorpos contra possíveis doadores principalmente através de transfusões sanguíneas, gravidezes e transplantes anteriores, que são momentos em que o organismo entra em contato com tecidos estranhos a ele, desencadeando a formação de anticorpos.Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-48231215820226283072011-01-11T17:14:00.000-08:002011-01-11T17:25:38.542-08:00Onde encontro um nefrologistaA Nefrologia não é uma especialidade muito conhecida. Ela é relativamente recente no Brasil (não mais que 50 anos) e sempre contou com poucos médicos. Durante muito tempo eles ficaram, por questões de numerário, "escondidos" nas clínicas de diálise, onde eles são essenciais. Com o aumento do número de residências no Brasil, hoje tornou-se mais fácil encontrar um desses especialistas, ou talvez eu deva dizer, menos difícil. Em capitais geralmente encontram-se vários.<br />Com o tempo e algum marketing a especialidade sairá do casulo, já que, dentre outras situações, o manejo da hipertensão arterial de difícil controle e das lesões renais devido ao diabetes e hipertensão cujas frequências são altíssimas na população, são bem melhores tratadas com um desses profissionais.<br />Para encontrar um nefrologista com título de especialidade concedido pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, acesse <a href="http://www.sbn.org.br/pdf/especialistas_geral.pdf">este arquivo</a>.<br />Muitos nefrologistas excelentes não constam nessa lista, mas os que estiverem nela garantem ao paciente uma boa formação, já posta a prova numa prova de título.Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-80534214382480867912010-12-30T12:30:00.000-08:002011-03-03T06:50:47.561-08:00CaptoprilDesde que abri o blog o post mais comentado e visitado, de longe, foi o do tal do <a href="http://nefrocba.blogspot.com/2010/07/litiase-renal-e-nqi.html">NQI</a>. Nunca dei importância para esse "preparado" que "dissolve" cálculos renais e escrevi o texto só para informar. Digamos que na pequenez deste modesto blog o tema "bombou". A repercussão foi tanta que vou testar a minha hipótese de que ninguém vai se dar muito ao trabalho de defender e falar bem efusivamente do captopril que, comprovadamente, diminui a chance de muita gente morrer.<br />Essa droga é um fantástico anti-hipertensivo, previne infartos e derrames, diminui o dano renal em pessoas com diabetes que perdem proteína excessivamente pela urina, diminui a mortalidade de portadores de insuficiência cardíaca retardando a progressão da doença e daqueles que sofreram um infarto e, provavelmente, proporciona benefícios ainda não comprovados cientificamente. Considerando o mínimo, o captopril já adiou a morte de milhões de pessoas, seguramente. Muito mais do que qualquer medicamento que efetivamente dissolva cálculos renais poderá um dia fazer. Poderá. Porque hoje não pode, pois não existe.<br />Os primórdios do captopril, sintetizado pela Squibb, remontam ao interior do Brasil. O Dr. Sérgio Ferreira na década de 60 verificou que o veneno da jararaca possuia propriedades hipotensoras. Um extrato do "fator potencializador da bradicinina", que era responsável pelo efeito hipotensor, foi produzido a partir dele. Depois, sem que o Brasil possuísse capacidade técnica para tal, esse pesquisador levou o tal extrato para o Dr. Vane, nos EUA, que o usou como modelo para sintetizar a droga captopril.<br />A droga foi patenteada em 1977. Nos EUA.<br />Dizem que os EUA roubaram a idéia do Brasil. Ouvi bastante isso na faculdade. Mas, talvez, se não fosse o Dr. Ferreira, o Dr. Vane e a Squibb, até hoje o captopril estaria num laboratório em Ribeirão Preto esperando para ser descoberto.<br />Aguardo testemunhos.Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-4635732658586659902010-12-09T17:07:00.000-08:002010-12-30T13:21:21.201-08:00Minha fístula parou!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiihKnHlYUbSCdh5av0SiLateEwaTlC8wE32EtQKtBJr2lEpup4wazqCKMqjOfcQRU_i0J3VlOPHhqTbVq3QT7W9Hw3VUgOfdNDi2ytgRTMKwB1xmeBkVWrhtePn05-fjtl5EQePvCVJyJM/s1600/interrog.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 204px; height: 186px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiihKnHlYUbSCdh5av0SiLateEwaTlC8wE32EtQKtBJr2lEpup4wazqCKMqjOfcQRU_i0J3VlOPHhqTbVq3QT7W9Hw3VUgOfdNDi2ytgRTMKwB1xmeBkVWrhtePn05-fjtl5EQePvCVJyJM/s400/interrog.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5548858415979804370" border="0" /></a>Lembram-se do <a href="http://nefrocba.blogspot.com/2010/07/fistula-arteriovenosa.html">post sobre a fístula</a>? Ali a gente conheceu a "famosa". Mas e se a sua já está lá toda pomposa no braço e um belo dia resolve parar?? Muitas vezes você nem vai notar e quem vai perceber e dizer pra você será alguém da enfermagem na hora da punção.<br />Sem desespero!<br />Converse com o/a enfermeiro(a), acalme-se, converse com o médico e junto com ele decida se vai ter que passar um cateter de novo até uma nova fístula ser confeccionada ou vai poder reaproveitar/desentupir aquela fístula rapidamente.<br />Por que a fístula para??<br />Porque ela não é um vaso natural e a sua simples confecção e presença já é motivo mais que suficiente para aquele vaso ficar sem fluxo e "parar". O fluxo enorme e acelerado dentro de uma veia com o tempo (meses/anos) acaba deteriorando a estrutura daquele vaso, e uma hora ou outra, mais cedo ou mais tarde, algo ruim acontece. Uma trombose (coágulo que obstrui o fluxo) e um estreitamento no interior desse vaso são os principais motivos da parada do fluxo ou sua diminuição. É o cirurgião vascular quem vai decidir em última análise o caminho a seguir. Converse atentamente com ele.<br />E de resto, lembre-se, não é o fim do mundo e essa não é uma coisa sem solução.Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-23705510972471640412010-11-12T04:38:00.000-08:002011-09-30T11:56:57.097-07:00Infecção UrináriaÉ a presença do conjunto de sintomas e achados laboratoriais. Pode-se dividir essa entidade em infecção urinária alta (pielonefrite - quando há infecção do rim) e baixa (cistite - infecção da bexiga). Boa parte das mulheres terá infecção urinária durante a vida, e a maioria das que já teve uma terá outra.<br />Este post falará sobre a cistite.<br />Ardência durante e após a micção, sensação de micção incompleta, vontade de urinar o tempo todo, desconforto na região da bexiga são os sintomas mais comuns.<br />Novo parceiro sexual, atividade sexual recente e frequente são os principais fatores de risco para se ter uma infecção urinária. Não confunda, não é doença sexualmente transmissível. É apenas mais comum em mulheres com vida sexual ativa. A maioria das infecções urinárias em mulheres ocorre nas 24 h seguintes ao ato sexual.<br />É incomum seu aparecimento em homens, e sempre que presente deve ser investigada a presença de alguma doença estrutural do trato urinário.<br />O agente causador mais comum dessa infecção são bactérias do trato intestinal. É fácil perceber, então, que devido a proximidade maior da uretra feminina com o ânus, são elas as mais acometidas. A uretra maior protege o homem.<br />Geralmente é uma doença branda que pode até se curar espontaneamente. Porém, o risco envolvido de complicações é alto e não se deve arriscar. Sempre que os sintomas mencionados aparecerem, procure um médico para que um pronto tratamento seja iniciado. Em boa parte das mulheres, o médico não precisa de exame algum para fazer o diagnóstico de cistite, apenas o conjunto de sintomas já indica a presença da doença e a necessidade de tratamento com antibiótico.<br />Cistites de repetição vão ser abordadas de forma criteriosa pelo médico, que geralmente pedirá exames de imagem e fará um esquema de prevenção com antibiótico durante um certo período.Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-15559577709338554582010-10-12T19:41:00.001-07:002010-10-12T20:09:24.313-07:00Estenose de Artéria Renal - Hipertensão<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicFeMSf0ukMts2rn9iV4AhJOHCRVH1U_rKCkhm_5sdTuDpyDMja1JB8NqbJmxtrARN6-NUdpnjxuI3wZV3nPlJ4Q6f_OnRoZhnueNYWe6c4hFuu2nH0PqotbkyQik58GzoXYjVbQoSB1s6/s1600/est.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 200px; height: 150px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicFeMSf0ukMts2rn9iV4AhJOHCRVH1U_rKCkhm_5sdTuDpyDMja1JB8NqbJmxtrARN6-NUdpnjxuI3wZV3nPlJ4Q6f_OnRoZhnueNYWe6c4hFuu2nH0PqotbkyQik58GzoXYjVbQoSB1s6/s200/est.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5527359009725660914" border="0" /></a> Alguns portadores de hipertensão arterial têm uma causa específica para a doença. A essas pessoas dizemos que possuem hipertensão secundária, pois o aumento da pressão arterial secunda uma doença qualquer.<br />Um grande exemplo disso é a estenose de artéria renal. As artérias renais são vasos que levam sangue da nossa artéria aorta para os rins, e são geralmente em número de duas, uma para cada lado.<br />Por alguns motivos, principalmente aterosclerose, podemos ter um estreitamento desses vasos, de um ou ambos. Com isso há certa dificuldade na irrigação dos rins, cujo entendimento é de que há falta de volume e pressão sanguíneos, ativando assim, mecanismos que retêm líquido e aumentam a pressão arterial, com objetivo final de melhorar a irrigação desse rim com a artéria "estenosada". Seria uma ótima saída se não fosse pela hipertensão gerada, que tende a destruir mais ainda os vasos sanguíneos e demais órgãos.<br />Quando seu médico suspeitar dessa doença, provavelmente ele pedirá um ultrassom doppler das artérias renais ou uma cintilografia renal para fazer um triagem dos possíveis portadores da doença. Após talvez ele peça outro tipo de exame, como tomografia ou ressonância, para daí, se for o caso, solicitar um arteriografia. A explicação de cada método diagnóstico desses é longa e não cabe neste post.<br />Caso o diagnóstico seja firmado, o médico pode optar pelo tratamento clínico com medicações, uma angioplastia por cateterismo ou até mesmo cirurgia.</div>Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-21945798352774935362010-10-02T07:10:00.000-07:002011-08-12T07:17:57.304-07:00Fósforo alto em pacientes em HemodiáliseQuando os rins passam a funcionar mal, perdemos a capacidade de eliminar fósforo, um elemento químico presente no nosso organismo. O aumento do PTH comentado em <a href="http://nefrocba.blogspot.com/2010/09/doenca-ossea-na-insuficiencia-renal.html">outro post</a> também é causado por essa retenção de fósforo.
<br />Níveis altos de fósforo favorecem a progressão da <a href="http://nefrocba.blogspot.com/2010/09/doenca-ossea-na-insuficiencia-renal.html">doença óssea</a> e geram vários outros efeitos indesejados, como calcificação de vasos sanguíneos, inclusive as coronárias, calcificação da pele e outros órgãos, até mesmo pulmões e articulações, e por fim, aumentam o risco de doença cardiovasculares (AVC, infarto) e morte devido a elas.
<br />Fica clara aí a importância de se manter o fósforo em níveis adequados. A <a href="http://www.kdigo.org/guidelines/mbd/guide4.html#chap41">recomendação mais recente</a> embasada em evidências científicas é para que o fósforo fique em níveis normais (2,4 a 4,1 mg/dl). Isso é muito difícil para algumas pessoas com doença renal, portanto, talvez um limite máximo seja 5,5 mg/dl.
<br />Há 3 formas que devem ser usadas em conjunto para se chegar nesse objetivo: o uso de quelantes (sais de cálcio, sevelamer) prescritos pelo médico e que evitam absorção do fósforo ingerido, a própria diálise (quanto mais melhor; sessões mais frequentes é melhor que sessões mais longas), e o mais importante, dieta com baixo teor de fósforo.
<br />Alimentos com alto teor de fósforo e que devem ser evitados são as amêndoas, amendoim, castanhas, o leite e seus derivados, cacau, chocolate, feijão, aveia, farinha de soja, gema do ovo, bacalhau, sardinha. Sempre é importante conversar com um nutricionista a respeito dessa dieta, para que ela não atrapalhe outros objetivos paralelos.
<br />Importante reiterar que a <a href="http://nefrocba.blogspot.com/2011/07/alimentos-ricos-em-fosforo.html">dieta</a> tem um peso <span style="font-weight: bold;">muito</span> mais importante que o uso dos quelantes e a diálise.Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-24533564930909111472010-09-21T18:53:00.000-07:002011-02-25T05:27:18.017-08:00Tipagem HLAOs candidatos a um transplante renal, além da tipagem sanguínea ABO, devem fazer a tipagem HLA.<br />HLA quer dizer Human Leukocyte Antigen ou Antígeno Leucocitário Humano, na nossa língua.<br />Detalhes técnicos à parte, o HLA é um grupo de proteínas/antígenos encontrados na superfície de muitas de nossas células e que são utilizados para, de certa forma, nos identificar geneticamente e imunologicamente. Os genes que codificam essas proteínas de membrana estão no cromossomo 6. Há ao menos 2 principais grupos de HLA e nesses dois grupos há interesse em 3 antígenos em especial para os candidatos a transplante. Os HLA A e B (do 1o grupo) e DR (do 2o). Cada antígeno desses (A, B e DR) é expressado por duas proteínas diferentes nas membranas das células, cada uma vinda do código genético de um de nossos pais. Portanto, são seis as proteínas a se considerar. Por exemplo, o doador pode ser HLA <span style="color: rgb(51, 51, 255);">A1</span> e <span style="color: rgb(0, 153, 0);">A2</span>, <span style="color: rgb(51, 51, 255);">B2</span> e <span style="color: rgb(0, 153, 0);">B3</span> e <span style="color: rgb(0, 153, 0);">DR 3</span> e <span style="color: rgb(51, 51, 255);">DR4</span>, e o receptor ser HLA <span style="color: rgb(51, 51, 255);">A1</span> e <span style="color: rgb(255, 0, 0);">A3</span>, <span style="color: rgb(51, 51, 255);">B2</span> e <span style="color: rgb(255, 0, 0);">B4</span> e <span style="color: rgb(255, 0, 0);">DR2</span> e <span style="color: rgb(51, 51, 255);">DR4</span>. Nesse caso o número de incompatibilidades ou "<span style="color: rgb(255, 0, 0);">u</span><span style="color: rgb(0, 153, 0);">n</span><span style="color: rgb(255, 0, 0);">m</span><span style="color: rgb(0, 153, 0);">a</span><span style="color: rgb(255, 0, 0);">t</span><span style="color: rgb(0, 153, 0);">c</span><span style="color: rgb(255, 0, 0);">h</span><span style="color: rgb(0, 153, 0);">e</span><span style="color: rgb(255, 0, 0);">s</span>" é 3. Quanto mais compatibilidades, menores são as chances de rejeição e menos complicacões em potencial existem para esse transplante.<br />A tipagem HLA é feita tanto no transplante intervivos como no transplante com doador falecido. Todo candidato a transplante em preparo deve ter a sua tipagem HLA conhecida. Você já sabe a sua?<br /><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Human_leukocyte_antigen" class="l"><em><em></em></em></a>Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-77110959973504111182010-09-14T19:24:00.000-07:002010-09-15T16:03:58.954-07:00Doença Óssea na Insuficiência RenalBaixa do cálcio e da vitamina D e aumento do fósforo no sangue são ocorrências comuns e, em até certo ponto, esperadas no portador de insuficiência renal. Essas alterações isoladas ou em conjunto, à medida que a função renal se deteriora, através de mecanismos hormonais já bastante esclarecidos provocam um aumento da secreção do paratormônio (PTH) pelas paratireóides, que são glândulas que ficam na parte anterior do pescoço.<br />A essa condição dá-se o nome de hiperparatireoidismo secundário. É secundário à doença renal que dá início e perpetua essas alterações hormonais.<br />Se não for tratado a tempo e intensamente, esse estado de excesso de PTH leva a uma perda importante de massa óssea. Os ossos ficam frágeis, deformados e propensos a se quebrarem com muita facilidade.<br />Deve-se portanto prestar atenção às orientações dietéticas prescritas para que se diminua a ingestão de altos teores de fósforo na dieta, usar os quelantes de fósforo (renagel, carbonato de cálcio, acetato de cálcio) quando indicado e, usar corretamente a vitamina D (calcitriol) quando prescrita.<br />Por vezes, o problema torna-se tão intenso que é necessário que se faça a retirada cirúrgica da paratireóide.Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-33356741211641338752010-09-07T07:02:00.000-07:002010-09-07T07:13:53.838-07:00Ganho de Peso na DiáliseA ingestão excessiva de líquido faz com que o indivíduo ganhe muito peso. Esse peso é líquido, ele não engordou, não ganhou massa muscular nem gordurosa, esse peso a mais é água. Água que não consegue ser eliminada pelos rins deteriorados. A diálise, então, tem que retirar esse líquido do indivíduo. Mas no esquema dialítico habitual de 3 vezes na semana fica muito difícil tirar mais do que 10-12 litros em uma semana. E para isso não se pode exceder um ganho diário de 1,5 l. Isso, para um adulto médio de uns 75 kg. Para pessoas menores a quantidade é menor.<br />Portanto, ingerir mais do que 1 litro de água (incluído aí suco, refrigerante, sorvete, gelo, gelatina, etc) por dia, pode se tornar um pesadelo para quem faz hemodiálise. Essa água vai se acumulando, aumenta a pressão arterial e "encharca" os pulmões tornando a respiração difícil. Alguns casos se complicam muito levando o paciente a situações extremas que põem em risco a vida dele.<br />Então, se você faz diálise, cuidado, respeite os seus novos limites.Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-69271906387699879972010-09-03T10:29:00.001-07:002010-09-03T10:56:51.821-07:00Doença Renal Policística / Cistos Renais<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-c2iHERL91FZNhoR7QVUx7v-WNny0xdMCMyZ-S4k1KPAGeyyC7dv5EekHcLPaUxtXSQzP5ofBvhmKXk3ZARfsBKB5XdaQb9Kd85axgMib3F1XtewU547FHzsFSaGHBjmPwIigTO9UPjov/s1600/Clipboard02.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 200px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-c2iHERL91FZNhoR7QVUx7v-WNny0xdMCMyZ-S4k1KPAGeyyC7dv5EekHcLPaUxtXSQzP5ofBvhmKXk3ZARfsBKB5XdaQb9Kd85axgMib3F1XtewU547FHzsFSaGHBjmPwIigTO9UPjov/s200/Clipboard02.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5512746791415001986" border="0" /></a>Várias doenças podem causar cistos renais. A intenção aqui é falar sobre a doença renal policística autossômica dominante. Trata-se de uma doença genética e hereditária que passa dos pais para os filhos em 50% (na média) da prole. Há a transmissão de um gene defeituoso que determina produção equivocada de proteínas que, em última análise, provocam deformidades nos túbulos renais, permitindo o aparecimento de cistos. Os cistos começam em pequena quantidade e tamanho e com o passar dos anos crescem e se multiplicam, fazendo com que os rins aumentem muito de tamanho e percam a sua função. Os cistos tornam-se visíveis a uma ultrassonografia geralmente após a adolescência ou a puberdade.<br />Essa doença é uma causa comum de insuficiência renal. Geralmente seus portadores irão precisar de diálise ou transplante no decorrer da vida. A idade em que essa necessidade aparece varia bastante entre as famílias que possuem essa mutação genética, mas dentro de uma mesma família, essa idade costuma ser bem parecida. Quero dizer que a evolução da doença da filha vai ser muito parecida com a que o pai teve.<br />Uma complicação muito comum é a hipertensão arterial, que costuma aparecer em quase todos os portadores. Deve ser tratada de forma eficiente, pois é a única forma de retardar o avanço da doença.<br />Não há cura. A função dos rins costuma se deteriorar progressivamente até a necessidade de diálise/transplante, mesmo com o tratamento da hipertensão, já que os cistos continuam a crescer e se multiplicar.<br />É uma doença traiçoeira, porque ainda hoje, só se descobre ela depois que já se tem filhos. E, em média, metade deles terá a doença renal policística.<br />O aconselhamento genético e o planejamento familiar sempre devem ser abordados. Pois a única forma legal e segura de não transmitir a doença, infelizmente, é não ter filhos.Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2185534744737667281.post-78399350981890797652010-08-27T10:08:00.000-07:002010-08-27T10:46:36.403-07:00Controle de peso na diálise / peso seco<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGp8JysKwwe8WTBo5QK5cLka7dez3vqsRFciecI1aWddYGKp-WMLJgz1SM2muyj5udt2zltL6wjaDPwjb73hrmyaF1OV6dnrnBQBChO70nk4DJ6CN1ch9BijBsMEEjRX5ea1uu0gMNgswz/s1600/balanca.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 194px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGp8JysKwwe8WTBo5QK5cLka7dez3vqsRFciecI1aWddYGKp-WMLJgz1SM2muyj5udt2zltL6wjaDPwjb73hrmyaF1OV6dnrnBQBChO70nk4DJ6CN1ch9BijBsMEEjRX5ea1uu0gMNgswz/s200/balanca.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5510147435574113762" border="0" /></a>Quem faz hemodiálise tem ou terá, mais cedo ou mais tarde, essa preocupação. À medida que o tempo passa, o funcionamento dos rins se deteriora, mais e mais. Mesmo após a entrada em diálise a piora continua, já que, como dito anteriormente, a diálise não é um tratamento da doença renal, é apenas um tratamento das complicações dela. Uma das principais complicações, causada pela dificuldade em eliminar todo o líquido que se consome através da produção de urina, é o ganho de peso.<br />Não, a pessoa não engorda! Ela fica mais pesada porque a água não é eliminada. A pessoa urina menos do que o mínimo necessário para se manter sem líquido em excesso. A urina vai diminuindo com o passar do tempo até que se reduz a uma quantidade bem pequena. A pessoa tem um peso "seco" de 70 kg, por exemplo, mas 2 dias após a sessão de diálise está pesando 75 kg, ou seja, tem 5 kg de excesso de líquido.<br />Pode-se imaginar então que se a pessoa beber muito líquido ficará com excesso dele no corpo, e isso realmente acontece, fazendo com que a pessoa inche, fique com a pressão arterial alta e com falta de ar (líquido nos pulmões). Isso torna a sessão de diálise complicada, já que vai ser necessária uma retirada muito intensa de líquido, expondo a pessoa a um risco maior de arritimias e hipotensão.<br />A estratégia para evitar essa situação é reduzir a ingestão de líquido (água, sucos, refrigerantes, etc) ao mínimo, apenas o suficiente para saciar a sede. O problema é que a sede varia de indivíduo para indivíduo, na dependência de quanto sal é consumido. Quanto mais sal se come, mais sede se tem. Uma forma, então, se não a melhor, de se otimizar a estratégia para não se ganhar tanto peso é consumir menos sal.Nefrologia Cuiabáhttp://www.blogger.com/profile/12208020239312566051noreply@blogger.com0